quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Escuridão



Rostos, vozes, toques, olhares jogados a esmo. Necessários por breves momentos, tornam-se insignificantes ao fechar dos olhos.
Escuridão. Ausência de luz que traz à lembrança, o toque, a pele, o cheiro, a sensação. Sensação de estar preso a uma liberdade sem fim. Um isolamento povoado pelo necessário. O silêncio que rodeia o refugio, grita coisas que o mundo não entende. O cuidado explícito, não seria percebido nem pelo olhar mais atento daqueles que ousam julgar.
Ter, ser, estar. Sempre conjugados na 1º pessoa do plural, sempre conjugados num breve espaço de tempo numa mesma ação, ação de corpos imóveis, de mentes que vagam pelo tempo e espaço sem ultrapassar os limites entre os corpos inertes.
A claridade traz as cores, os rostos, as vozes e olhares. Novamente os dois corpos são dois, e cada alma só tem sua própria casa. A luz traz a saudade das pupilas dilatadas, da ausência do temor, da presença, do suor. E a cada fechar de olhos é na escuridão que se encontra o refugio da mente. Refugio da luz que cega, desvia e desnorteia.


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