quarta-feira, 20 de abril de 2011

Meu mundo...


Eu criei um mundo... Um universo paralelo a esse... Meu mundo é muito grande sabe? Cabem milhões de coisas nele: Alegria, carinho, cumplicidade, risos, beijos, toques, Afagos, chamegos...  O problema é que o amor ocupa muito espaço, mas é até bom, isso não deixa que as coisas ruins entrem. Às vezes, elas até entram, quando o amor parece estar dormindo e fica lá, num cantinho, todo encolhidinho nem parece que está ali, ai as lagrimas acham que tem espaço e vão logo entrando sem pedir licença, é nessa hora que o amor acorda, esse amor que mora no meu mundo parece ser meio preguiçoso, ele acorda, mas continua lá, no seu cantinho, fingindo que nem é com ele. Pra ele acordar e tomar o lugar dele, expulsando todas as lagrimas e coisas ruins, eu preciso chamar o meu guardião. Ah, eu não falei dele né? Como se pode ter um mundo sem um guardião? Foi ele que me ajudou a construir esse mundo, sem ele nada disso existiria. Por isso que tenho que chamá-lo quando o amor não quer trabalhar, esse amor foi “criado” por nós e pra ele funcionar bem, temos que usar duas chaves:  a minha e a do meu guardião, só com a combinação das duas ele funciona com força total, toma todo o espaço do meu mundo. Eu e meu guardião fomos muito inteligentes quando criamos esse amor, apesar de termos recebido um protótipo, que não pudemos recusar, pois veio endereçado a nós dois e sem endereço para devolução, aos poucos nós fomos dando forma a ele, lógico, ele ainda precisa de alguns ajustes (a preguiça eu estou tentando descobrir de onde vem, acho que é defeito de fábrica), mas ele é muito bom quando está totalmente ativado, por exemplo, ele tem um campo magnético, que nos protege de bombas lançadas  pelos cegos, eles sempre acham que queremos atacá-los, por que será? Tem também um mecanismo que altera nosso estado mental. Esse é ótimo pra aqueles dias de mau humor sabe? Tiro e queda! Mas voltando ao meu mundo, ele foi criado por mim e meu guardião para atender as necessidades desse amor que recebemos, foi ficando cada vez mais difícil guardar ele em casa, não dava pra esconder ele numa gaveta, ele não ia caber lá. E a cada dia ele ia crescendo, o que dificultava ainda mais a sua armazenagem, por isso, fomos montando aos pouquinhos esse mundo, que tem tudo que o amor precisa pra se alimentar, ele tem muito bom gosto pra comida, só come coisas boas, como alegria, carinho, beijos, chamegos e o melhor é que seu desenvolvimento é sustentável, ou seja, agente só precisou plantar cada coisa uma vez, ele agora sabe plantar e colher as coisas boas, eu e meu guardião só precisamos ajudar ele a cuidar de vez em quando, afinal o coitadinho ainda é uma criança né? As vezes um ou outro esquece de ajudar e ele acaba ficando com fome e indo dormir, ai é todo aquele processo pra acordar ele, cuidar da comida pra ele poder funcionar. Mas estive pensando: Até que estas lágrimas que aparecem de vez em quando têm sua utilidade, afinal o amor ta crescendo, ele tem que aprender desde cedo a lidar com as coisas ruins, tem que saber como expulsá-las do mundo que criamos pra ele. Ah, já ia me esquecendo de dizer, nosso amor tem também um dispositivo de segurança também. Esse dispositivo vem sendo aperfeiçoado, no momento funciona assim: O amor anda com agente o tempo todo, por que todo mundo já conhece ele e ele também já ta mais fortinho, mas ele precisa do mundo dele, ai o mundo só é ativado quando os dispositivos que nos temos nos dedos se unem (os dispositivos são lindos, nem parece que fazem isso tudo) num lugar especifico, que obviamente é aumentado para caber um mundo né?
Nesse momento, com um mundo todo à sua disposição o amor pode correr solto, brincar sorrir, pular, gritar... Eu e meu guardião ficamos apenas como uma platéia assistindo  nossa criação nos encher de orgulho. Afinal, o amor é nosso, o mundo é nosso!
Em nosso mundo os padrões deste mundo não se aplicam, eu posso ser o que eu quiser, sem medo de que alguém me repreenda, afinal somos só nós aqui. No nosso mundo não importam as horas, os dias da semana, os meses ou as estações do ano... É sempre cedo... É sempre domingo... É sempre frio o suficiente pra ficarmos em baixo das cobertas.
Pouco importa o que vão dizer... Mas, pensando bem, ninguém pode falar absolutamente nada, esses pobres cegos não conseguem enxergar nada além de seus próprios conceitos e egos.