domingo, 1 de abril de 2012

Pensamentos ao mar...


Conquistou-me com gestos simples, poucos, belos e pausados sons... Suas idiossincrasias chamaram-me atenção, riso doce e por vezes irônico que fazia eu me perder na fenda de seus olhos, tentando mergulhar naquele oceano escuro e cheio de mistérios, até hoje, não revelados. Aos poucos fui me embrenhando naquele bosque de semelhanças, me envolvi ao ponto de não mais saber voltar. Às voltas no bosque, desejando de toda a alma banhar-me naquele mar, mas negando com  toda a razão. Aos poucos o bosque guiou-me ao mar, de modo que eu já me imaginava velejando ao sabor do vento...
Em fim, mergulhei...
Acreditei que assim desbravaria profundezas jamais visitadas, me embeberia naquela agua tão turva quanto calma, decifraria enigmas... Mas o sal cegou-me. Aos poucos meus olhos acostumaram-se à salinidade daquele silencioso mar. A agua turva me fez ter que aproximar-me em demasia para poder ver, o que me causou pequenos acidentes com estranhas criaturas que feriam, dolorosamente, aqueles que ousavam aproximar-se... Eu era única ali. Muitos admiravam e até tentavam banhar-se nas margens, mas ninguém mergulhara. Em dias de tempestade, sofro nas aguas revoltas e, por vezes, pensei em voltar, mas não saberia mais viver em terra firme, longe do doce e natural balançar das aguas. Acostumei-me ao oceano, a pouca luz, ao marulhar da agua, a sensação de vertigem e, às vezes, até um pouco de falta de ar ( a imensidão pode ser sufocante, sabem?).
O mar já faz parte de mim e, de alguma forma, acredito que ele estaria incompleto sem minha presença.

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